sexta-feira, 27 de junho de 2008

De que árvore você nasceu?

Um dia desses acordei com uma música que vinha da casa de um dos meus vizinhos, até então nada novo, pois é costume deles ouvirem o rádio muito, mais muito alto no período da manhã. Mas o que me chamou a atenção foi a letra da música, diga-se de passagem, letra em música é algo raro nos dias de hoje tanto secular como gospel.

Pra minha surpresa a letra me fez refletir acerca do ser cristão, e suas atitudes como tal, digo surpresa por que creio que a música gospel que deveria fazer este papel, isto se os artistas do meio gospel não estivessem inte
ressados somente em lucrar, é claro que existem as exceções.
Com isso acabamos muitas das vezes ouvindo Deus falar justamente através daqueles improváveis aos nossos olhos, tal como a jumenta de Balaão lembram dela?

A seguir alguns trechos da música:
Semente, semente, semente, semente, semente
Se não mente fale a verdade, De que árvore você nasceu...
Semente eu sei, tem gente que ainda acredita.
E aposta na força da vida e busca um novo amanhecer
Semente eu sou sua terra, semente pode entrar em mim.
Se conseguir aquilo que você quer.
E conseguir manter a nobreza de ser quem tu é.
Tenha certeza que vai nascer uma planta.
Que a flor vai ser de esperança.
De amor pro que der e vier.

O que me fez lembrar a explicação da parábola do joio, “E ele respondeu: o que semeia a boa semente é o Filho do Homem; o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do maligno.” Mt 13:37-38

Agora cabe a nós como boas sementes produzirmos frutos que demonstrem de que reinos somos. E aí de que árvore você nasceu?

quinta-feira, 26 de junho de 2008

A maldição da figueira Mc 11:12-14.

No evangelho é normal encontrarmos Jesus instruindo, perdoando, amando e ensinando a amar ao próximo, mas quando nos deparamos com o Senhor amaldiçoando, soa estranho aos ouvidos ou melhor dizendo é difícil de entender.

Para compreender este texto devemos literalmente “viajar” nas escrituras porém sempre com cautela para não fazer como alguns que acabam viajando na maionese, como se diz aqui no Rio de Janeiro. Quando falo viajar, digo analisar o contexto histórico e geográfico, se transportar para as condições em que o Senhor se encontra no referido texto.

Bom, supõe-se que este fato tenha ocorrido numa segunda feira, uma semana antes da crucificação de Jesus, neste período a perseguição a Ele havia aumentado a ponto de muitos temerem hospedá-lo. Imagine quem abriria a casa para receber uma pessoa perseguida pelo sistema religioso e político ou pior ainda comer na mesma mesa que ele...

Então nestas condições encontramos Jesus com seus discípulos saindo de Betânia a caminho de Jerusalém, que com fome avistou de longe uma figueira e foi até ela para se alimentar mas decepcionou-se por não ter encontrado nenhum fruto, uma vez que Betânia (casa da tâmara) e sua vizinha Betfagé (casa dos figos) eram conhecidas também por cultivarem bons figos e tâmaras.

E o que é mais curioso neste texto diz: “Aproximando-se dela, nada achou, senão folhas; porque não era tempo de figos”.

A primeira vista parece que Jesus estava desatualizado, como ele procuraria fruto em uma árvore fora do tempo? Curiosamente as figueiras primeiro produzem o fruto para logo após aparecerem as folhas, então em uma árvore repleta de lindas folhas seria normal encontrar também frutos suculentos.

Este texto nos ensina que o Senhor não está interessado em estereótipos, mas sim de que haja no nosso interior um espírito quebrantado, um coração compungido e contrito que com certeza ele não despreza. As folhas da religião chamam a atenção mas, elas nunca serão o fruto real do cristianismo.

“Pois o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”.
Rm 14:17